Leia: Dia do Trabalhador deveria ser para celebrar a conquista que veio de luta. !

Em 1º de maio de 1886, cansados de jornadas exaustivas de 12 à 16 horas por dia, trabalhadores de Chicago iniciaram uma onda de protestos que marcaria a história. Exigiam o básico: 8 horas de trabalho para poderem ter uma vida digna. A repressão foi violenta, com 4 manifestantes condenados à forca no dia 4 de maio.

Em 1889, os chamados socialistas de Paris homenagearam os mártires de Chicago, definindo o 1º de maio como data para lembrar da luta. No Brasil, os primeiros protestos ocorreram no fim do século XIX, mas a data era vista como um dia de batalha, não de festa.

No Brasil, há registros de protestos dessa natureza desde o século XIX. Assim, a exemplo de Paris, ele foi lembrado não como um dia festivo, mas sim como um dia de luta pelos direitos dos trabalhadores.

E é justamente aí que entra o objetivo desse artigo: É dia do trabalho ou do trabalhador? Porque, pode até parecer a mesma coisa, mas não é! O dia tornou-se feriado nacional por força de lei em 1924 pelo presidente da República, que pela sua perspectiva, o dia teria que ser usado como uma forma de glorificar o trabalho ordeiro e útil e não para protestos subversivos. Pronto! Já começa aí a ambiguidade das intenções!

E foi daí em diante que esse dia passou a ser usado por políticos e sindicalistas maus intencionados, não para lutar pelo direitos dos trabalhadores, mas sim para usá-lo como engodo para tentar convencer a classe trabalhadora de que havia um lado bonzinho e um lado vilão. Ou seja, a intenção real sempre foi a de usar essa massa com o intuito de manobra-la ao seu favor.

Se por um lado o governo da época criava alguns direitos jurídicos em favor da classe operária, por outro lado ele repreendia com força bruta qualquer movimento iniciado por dela.

Em suma, chamar o dia 1º de maio como Dia do Trabalho e não como Dia do Trabalhador, sutilmente tenta tirar o caráter de luta do passado e torná-la simplesmente uma data comemorativa e abstrata.

A verdade mesmo, é que temos que parar de uma vez por todas de comemorarmos aniversários de “lutas” e passarmos a celebrar apenas as conquistas resultantes delas!

Por Percival Gomes- Escritor e Poeta